Brasil: Instalações eólicas e fotovoltaicas crescem rapidamente
December 16, 2021
Como um grande país hidrelétrico, a capacidade instalada de energia hidrelétrica do Brasil representa quase 80% da capacidade total de energia renovável instalada até o momento. Com o rápido crescimento econômico e o impacto da seca deste ano, o fornecimento de energia do Brasil ficou mais restrito, e tanto o carvão quanto o gás natural precisam ser importados em grandes quantidades. Nesse contexto, a energia eólica e a fotovoltaica se tornaram as melhores opções para o Brasil reduzir sua dependência de energia fóssil.
Inspirado pelas metas de redução de emissões de médio a longo prazo e pela melhoria contínua da competitividade em energias renováveis, o Brasil tem demonstrado forte interesse em desenvolver energias renováveis nos últimos anos. Há poucos dias, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou uma nova regulamentação para usinas termelétricas complementares multienergéticas, com o objetivo de promover o desenvolvimento de energias renováveis, representadas pela energia eólica e fotovoltaica, por meio do aprimoramento contínuo da legislação e dos sistemas regulatórios pertinentes.
Novas regulamentações promovem o desenvolvimento de energia limpa
É relatado que o novo projeto de lei divulgado pelo Brasil primeiro define a gama de tipos de energia para usinas elétricas complementares de múltiplas energias, apoia claramente usinas elétricas com geração de energia eólica e fotovoltaica como o principal tipo de energia e permite a adição de usinas hidrelétricas e termelétricas para incentivar a sinergia de diferentes combinações de energia. O desenvolvimento levou o Brasil a fazer melhor uso da energia renovável.
Além disso, o novo projeto de lei também promulgou o mecanismo de fixação de preços de eletricidade para essas usinas, limites de acesso à rede, regras para assinatura de contratos de venda de eletricidade, taxas de rede e políticas fiscais preferenciais relacionadas.
Sabe-se que, já em 2017, as concessionárias de serviços públicos brasileiras iniciaram a exploração de usinas termelétricas complementares multienergéticas. Desde então, alguns pequenos projetos de demonstração foram colocados em operação. E pouco antes da Aneel aprovar o novo projeto de lei, um lote de usinas termelétricas complementares multienergéticas baseadas em energia eólica e fotovoltaica ainda estava em construção.
A Aneel destacou que o investimento na construção de usinas complementares multienergéticas pode coordenar o planejamento de usinas eólicas, fotovoltaicas e outras energias renováveis, resolvendo efetivamente o problema da área excessiva das usinas devido à descentralização e outros motivos, economizando terrenos e outros custos não técnicos, além de economizar na transmissão de energia. O custo de construção da rede reduz o risco para os operadores das usinas.
Elisa Bastos, presidente da Aneel, afirmou: “A promulgação do novo projeto de lei pode ser vista como um marco no desenvolvimento das usinas termelétricas complementares multienergéticas no Brasil. Ele fornece um arcabouço teórico para o setor e garante que investidores, construtores e operadores tenham um entendimento e uma estratégia claros. Importância. As usinas termelétricas complementares multienergéticas integram diferentes tipos de energia, o que pode reduzir os investimentos relacionados à rede e aumentar a diversidade de tecnologias de energia renovável.”
A mídia do setor "Photovoltaic Magazine" escreveu um artigo dizendo que o novo projeto de lei vai incendiar o mercado brasileiro para investir na construção de usinas complementares multienergéticas.
A energia eólica e a fotovoltaica fazem grandes progressos
Embora a geração de energia eólica e fotovoltaica seja muito popular, atualmente a energia hidrelétrica representa a maior proporção da capacidade instalada acumulada de energia renovável no Brasil, atingindo cerca de 76%. O Brasil também é conhecido como um grande país hidrelétrico. No entanto, a alta proporção de energia hidrelétrica não ajudou o Brasil a alcançar a "liberdade energética", e também caiu em um círculo vicioso de "olhar para o tempo".
Este ano, o Brasil sofreu uma geada rara e a pior seca em quase um século. Muitas usinas hidrelétricas precisavam urgentemente de armazenamento de água. Mais de 30 usinas hidrelétricas não conseguiram gerar energia em sua capacidade máxima. O Brasil teve que recorrer a usinas termelétricas de custo mais alto e mais poluentes, e da Argentina, Uruguai e outros países vizinhos importaram eletricidade, resultando em altos preços da eletricidade.
Esta não é a primeira vez que a situação acima ocorre. Em 2001 e 2017, o Brasil também sofreu com a escassez de fornecimento de energia devido ao clima seco. Ao contrário de outros países, diante da transição energética, o Brasil, que possui uma alta proporção de energia renovável, espera desenvolver vigorosamente a geração de energia eólica e fotovoltaica, aumentar a escala instalada de energia renovável não hidrelétrica e reduzir a proporção de energia hidrelétrica. À medida que o governo brasileiro continua a promover a licitação de energia renovável não aquosa, nos últimos anos, a nova capacidade instalada de geração de energia eólica e fotovoltaica no Brasil continuou a aumentar e demonstrou características orientadas para o mercado.
De acordo com os últimos dados de capacidade instalada de energia eólica brasileira divulgados pelo site de informações sobre energia REVE, até o final de novembro, a capacidade instalada acumulada de energia eólica no Brasil atingiu 20,1 milhões de quilowatts, representando 11,11% de toda a energia; nos primeiros 11 meses deste ano, a capacidade de energia eólica recém-instalada no Brasil foi de 3,0513 milhões de quilowatts, representando 47,41% de toda a nova capacidade instalada de energia, a maior desde 2014. Hoje, a energia eólica se tornou a segunda maior fonte de eletricidade do Brasil, e a capacidade instalada acumulada de energia eólica do Brasil ocupa o sétimo lugar no mundo.
Segundo dados da consultoria brasileira Greener, o Brasil importou 1,049 milhão de quilowatts de módulos fotovoltaicos somente em outubro; nos primeiros 10 meses deste ano, o Brasil importou 7,5 milhões de quilowatts de módulos fotovoltaicos, mantendo um rápido crescimento. A Aneel também declarou publicamente que, nos primeiros 10 meses deste ano, a capacidade instalada de geração de energia no Brasil totalizou 5.869.300 quilowatts, com a geração eólica e fotovoltaica liderando a lista.
As empresas chinesas participam ativamente
O Brasil está localizado nos trópicos e possui abundantes recursos solares. Ao mesmo tempo, os recursos de energia eólica também são muito ricos, distribuídos principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. As condições naturais excepcionais fizeram do Brasil o maior mercado de energia eólica da América Latina.
A EPE, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia do Brasil, estima que, no cenário otimista, a escala de implantação de energia fotovoltaica distribuída no Brasil ficará entre 23 milhões de quilowatts e 42 milhões de quilowatts até 2030; até 2031, a capacidade instalada acumulada de energia fotovoltaica distribuída no Brasil atingirá 36 milhões de quilowatts. A agência de informações do setor Fitch Solutions afirmou que, durante o período de 2021 a 2030, a energia eólica brasileira deverá adicionar 23,7 milhões de quilowatts de capacidade instalada, mais que o dobro da capacidade instalada acumulada atual.
No contexto das metas de redução de emissões e da melhoria contínua da competitividade em energia renovável, empresas de energia de renome internacional, como Vestas, General Electric e Siemens, começaram a participar da construção de energia renovável no Brasil. Além disso, as empresas petroquímicas brasileiras também começaram a se transformar, com empresas líderes como a Braskem assumindo a liderança no investimento e no desenvolvimento de projetos de energia renovável.
Roberta Bonomi, chefe do mercado brasileiro da empresa italiana de energia Enel Green Power, disse que desenvolver energia renovável não aquosa e explorar a aplicação diversificada de energia renovável é uma boa maneira de o Brasil se livrar da escassez de água.
Vale ressaltar que as empresas chinesas também participam ativamente do desenvolvimento de energia renovável no Brasil. A State Grid participou da construção de diversos projetos hidrelétricos no Brasil. Ao mesmo tempo, adquiriu ou participou de diversas empresas brasileiras de transmissão de energia ou energia renovável por meio de aquisições de capital. Tornou-se a terceira maior operadora de transmissão do Brasil. Em setembro de 2018, uma subsidiária da State Grid Corporation of China venceu a licitação para o Projeto de Energia Eólica Camelera, no Brasil. O projeto está localizado no estado do Norte-Dahe, no Brasil, com um investimento total de cerca de 530 milhões de yuans e uma capacidade instalada de 79.700 quilowatts. A entrega do projeto está prevista para 2024. O Three Gorges Group também é um velho amigo do mercado de energia eólica do Brasil. O setor geralmente acredita que, com o avanço contínuo das metas de mudança climática, as empresas chinesas podem usar suas vantagens na fabricação de capital e equipamentos no futuro para promover a diversificação da estrutura energética do Brasil e o processo de redução de emissões.